BARRICHELLO DESABAFA...


F1: «Se Jenson for favorito, saio», avisa Barrichelo

Rubens Barrichello, o piloto brasileiro da escuderia de Fórmula 1 Brawn GP, garantiu que deixará de imediato a equipa britânica caso tenha a mais leve confirmação de que o seu colega de equipa, o inglês Jenson Button, está a ser favorecido da escuderia.

Depois de ter terminado o Grande Prémio de Espanha em segundo lugar, devido a uma estratégia da sua equipa, o brasileiro não se calou e mostrou que nem as vitórias conseguidas pela escuderia nesta rranque de temporada garantem de um ambiente harmonioso no seio da equipa.

«Tenho de descobrir o que se passou. Tenho a certeza de que nada de estranho se passou, mas se tiver a mais leve suspeita de que a equipa favoreceu o Jenson, penduro o capacete no dia seguinte», avisou o brasileiro, em declarações ao canal Speed TV.

Recorde-se que Rubinho liderou as 19 primeiras voltas do GP de Espanha, fruto de um excelente arranque, mas uma alteração da estratégia da equipa relativamente ao seu companheiro Jenson Button, reduzindo de três para duas as paragens do britânico nas boxes, fez o brasileiro perder a liderança e cair para o segundo lugar.

«Estou desapontado porque pensei que a vitória estava no saco. Larguei muito bem e fiquei na frente do Jenson na primeira curva. Tudo estava a correr muito bem, por isso fiquei surpreendido quando me disseram que tinham alterado a estratégia do Jenson de três para duas paragens.», assumiu Barrichello.

No entanto, quando questionado sobre se temia uma reedição da situação vivida com o alemão Michael Schumacher, na Ferrari, numa altura em que era o actual proprietário da escuderia que representa, Ross Brawn, o estratega da equipa italiana, o veterano brasileiro, de 36 anos, recordou que «saí da Ferrari por causa disso. Já vivi essa experiência e se voltar a acontecer não irei acatar ordens de equipa. Estou a deixar isso bem claro agora. Mas a situação é muito mais amigável nesta equipa. Não vou chorar a dizer que merecia isto ou naquilo. Tinha condições para vencer e não venci.

De resto, em declarações à imprensa do seu país, o brasileiro foi ainda mais esclarecedor, salientando que «gostaria de ter sido avisado quando o Jenson parou e não quando eu saí. Não tive escolha. Teria uma volta para poder decidir se queria ou não fazer as duas paragens. Nas reuniões de sexta, sábado e domingo, nunca foi cogitado fazer duas paragens, eram sempre três.»

Igualmente questionado, o proprietário e patrão da Brawn GP negou já qualquer favorecimento a Jenson Button, com um taxativo «de forma alguma!».

Segundo Ross Brawn, «a alteração de estratégia foi uma decisão minha. Engenheiros e pilotos deram a suas informações e fizeram as suas recomendações mas sou eu que tem a última palavra no pit lane e, boa ou má, ficamos com ela. Se o Rubens não tivesse problemas nos pneus, teria sido muito renhido.»
Quanto ao companheiro de equipa de Rubinho, salientou que «o Rubens arrancou muito bem e depois pensei que estaria metido em problemas quando mudei de três para duas paragens. Tive de pilotar nos limites para que desse certo e nunca esperei vencer.