Ex-deputado é acionado por participação na máfia das sanguessugas

Cinco integrantes da “Máfia dos Sanguessugas”, dentre os quais o ex-deputado federal Coriolano Sousa Sales, foram acionados por ato de improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo a ação, o ex-deputado recebia comissão na venda de emendas parlamentares para aquisição de unidades móveis de saúde por municípios do interior da Bahia

Além de Coriolano, o ex-assessor parlamentar Weliton Brito David Carvalho e os empresários Darci José Vedoin, Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Ronildo Pereira de Medeiros foram citados pelo MPF.

Segundo depoimento dos empresários, o ex-deputado recebia um pagamento de 10% sobre o valor das emendas apresentadas ao Orçamento da União. Também ficava sob responsabilidade do parlamentar, o contato com as prefeituras para combinar os trâmites dos processos de licitação, realizados fraudulentamente para favorecer as empresas indicadas por Coriolano Sales. Na prática, quem realizava este contato com os prefeitos era o assessor parlamentar Welinton Brito David Carvalho.

O assessor do ex-deputado ainda era responsável por providenciar formas de recebimento das comissões de maneira a esconder a real destinação do dinheiro. Como opção, utilizou a conta da própria ex-namorada para receber os depósitos referentes às vendas das emendas, declarando que o dinheiro seria proveniente de serviços de consultoria prestados por ele.

Na ação civil pública, os procuradores da República Mário Alves Medeiros e Melina Castro Montoya Flores requisitaram a condenação dos réus nas sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, das quais estão inclusas a perda de cargos públicos, ressarcimento integral do dano, pagamento de multa civil, suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar com o poder público e dele receber benefícios ou incentivos fiscais pelo prazo de dez anos.

Operação Sanguessuga
O escândalo da máfia das ambulâncias foi descoberto em 2006, devido à descoberta de uma quadrilha que tinha como objetivo desviar dinheiro da compra de unidades móveis de saúde, ambulâncias, odontomóveis, veículos de transporte escolar, unidades itinerantes de inclusão digital e equipamentos médico-hospitalares.

Entre os principais envolvidos estavam os ex-deputados Ronivon Santiago (PP) e Carlos Rodrigues (PL). Juntamente com os deputados, outras 79 pessoas foram denunciadas pelo (MPF).

As investigações realizadas desde 2002 e a análise da documentação apreendida revelaram a prática, sobretudo, de crimes de fraude a licitações, contra a administração pública e de lavagem de dinheiro em todas as unidades da Federação, possivelmente com exceção apenas do Estado do Amazonas.

Por Thiago Pereira.