“Para onde vai Fernando Henrique Cardoso?”(Com certeza caminha para a derrota, em 2010)


PAULO SOUTO SE ANIMOU TODO COM O PANFLETO DESESPERO DE FHC. HOJE ELE ADMITE A TRANSFERÊNCIA DE VOTOS DE LULA PARA DILMA, POREM NÃO ADMITE O PORQUE.

Transcrevi, na íntegra, este excelente editorial do Portal “O Vermelho”, que vale a pena ler:
“O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso quis escrever um manifesto, mas saiu como uma lamúria. Mas seu texto publicado no último domingo (dia 1) tem a vantagem de expor um programa explícito da oposição de direita ao governo do presidente Lula e das forças que o apoiam.

O texto é pedestre, qualidade comum aos panfletos. Mas alinha um conjunto significativo de queixas da direita. Reclama da mudança na legislação do petróleo feita para defender o pré-sal para os brasileiros, e não para a iniciativa privada, como quer o dogma tucano.
Ataca a preferência presidencial, pública e transparente, pela compra de caças franceses para a FAB – logo ele, FHC, que foi acusado de interferir diretamente, e de costas para a opinião pública, na privatização da Telebrás em favor de um grupo estrangeiro, em 1998.

Escandaliza-se pela insistência do governo Lula para que a Cia Vale do Rio Doce (privatizada por FHC, mas da qual o governo ainda é um sócio importante) invista no Brasil parte de seus lucros, para exportar não o minério bruto mas industrializado, transformado em aço.
Acusa o governo de antecipar a campanha de 2010 por fiscalizar obras públicas de sua responsabilidade. Revela um renitente americanismo ao acusar o governo de “fazer mesuras” ao governo do Irã, cujo presidente Mahmoud Ahmadinejad visitará o Brasil em breve.

Por falar em mesuras, será preciso lembrar que o ministro de Relações Exteriores de FHC, o diplomata Celso Lafer, submeteu-se à humilhação de tirar os sapatos no aeroporto em Washington para ser revistado?)
Este rosário de lamúrias seria compreensível num embate eleitoral, tendo a virtude de opor programa contra programa – o cardápio privatizante, americanista e anti-popular dos tucanos contra as medidas nacionalistas, democráticas e populares do governo.

Mas a tentativa de manifesto de FHC vai além e registra, com todas as letras, o velho e anti-popular autoritarismo da classe dominante mais conservadora.

Por Antonio do Carmo.