Após dez dias encarcerado na sede da Coordenadoria de Polícia Interestadual (Polinter), o blogueiro João Andrade Neto foi posto em liberdade na sexta-feira, 20, conforme decisão da juíza Maria de Fátima Carvalho, da 2ª Vara dos Feitos e Relações de Consumos e por força de revogação do mandado de prisão temporária. Ele foi indiciado por crime de extorsão, fazendo vítimas pelo menos oito pessoas, segundo a polícia.
Ao deixar a prisão, às 18 horas, Andrade Neto não quis falar com a imprensa. “Em um momento oportuno, ele vai se pronunciar à mídia. De imediato, ele não tem condições de falar, está muito emocionado”, declarou o advogado do acusado, Cláudio Braga Mota, durante a saída de seu cliente da Polinter.
Três horas mais tarde, por telefone, Mota disse que o blogueiro deve falar com a imprensa na próxima semana. “Voltei a perguntar se ele queria falar com vocês, mas João preferiu mesmo se manifestar depois. Agora ele não tem condições, chegou até a chorar”, acrescentou Mota.
O advogado disse não acreditar na decretação da prisão preventiva de Andrade Neto. “Se o juiz tivesse que decretá-la, não permitiria a soltura de João. Não tem sentido soltar para depois mandar prender de novo”, avaliou. Na conclusão do inquérito, na tarde de quinta, 19, a delegada Gabriela Macedo, da Coordenadoria de Operações Especiais da Polícia Civil (COE), representou pela prisão preventiva do indiciado.
O pedido será analisado pelo Ministério Público e depois encaminhado ao juiz Edmundo Lúcio da Cruz, titular da 9ª Vara Criminal. Na sexta, a decisão do magistrado foi a de revogar o mandado de prisão temporária (inicialmente de cinco dias, prorrogados por igual período) que mantinha o blogueiro sob custódia, dando parecer favorável a requerimento do advogado.
13 ações - No período que ficou custodiado, Andrade Neto dividia uma cela comum com outros três presos – entre eles, um acusado de homicídio e outro detido por estelionato. Segundo o diretor da Polinter, delegado Joelson dos Santos Reis, o blogueiro não apresentou problemas de comportamento. “A convivência dele aqui foi normal, como a de qualquer preso. Nossa responsabilidade foi só fazer sua custódia”, frisou.
Andrade Neto ainda responde a 13 ações judiciais, inclusive por calúnia e difamação.
Fonte: Jornal da Midia.