Proprietária do Boteco Sparttacus: ''o prefeito teve conhecimento de tudo, a construção durou oito meses e nunca um fiscal esteve lá''.

Proprietária do Boteco Sparttacus.

Mais uma vez, a prefeitura de Paulo Afonso, toma uma decisão que deixa os pauloafonsinos se perguntando se atitudes, nessa gestão, são tomadas com “dois pesos e duas medidas”. O motivo, dessa vez, foi à determinação que partiu da secretaria municipal de serviços públicos para a derrubada da estrutura de madeira de um dos estabelecimentos noturno mais famoso da região, O “Boteco Esparttacus”.

O motivo central seria um tablado de madeira, posto na parte externa do bar, que segundo a proprietária, Sueli Cristina, em entrevista ao programa, Radar 89, na Rádio Delmiro, constava no projeto feito por arquitetos conceituados e que teve o aval da própria prefeitura para ser construído.

Na quarta-feira (12), a proprietária postou, em uma rede social, um desabafo em relação ao problema que estava enfrentando e imediatamente, toda sociedade pauloafonsina se sensibilizou, compartilhou e acionou a imprensa na tentativa de fazer acontecer um acordo ou o retorno na decisão, da prefeitura, em relação à derrubada da estrutura que tanto agrada aos turistas e os munícipes.


Durante a entrevista para a rádio acima citada, a empresária explicou toda a situação com mais clareza. Segundo informações da proprietária, a construção foi muito bem pensada e elaborada, a mesma encomendou o projeto para arquitetos da cidade, a construção também teve a liberação da prefeitura que nunca enviou um fiscal durante os oito meses que o empreendimento passou para ficar pronto.

“Pra mim não é surpresa essa situação e desde que inaugurei, recebo notificações para que seja retirada a cobertura do meu estabelecimento. Fiz para abrilhantar o calçadão, gerar emprego e fazer de Paulo Afonso uma cidade melhor. De maneira alguma a estrutura prejudica a passagem de pedestres e o acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais. Eu não sei por que eles querem derrubar minha construção, alegando que os pilares atrapalham a passagem. A obra foi feita por arquitetos e acredito que a estrutura não fica de pé sem o tablado do piso”.

“Já estive duas vezes na prefeitura e o Secretário, Zorobabel Paiva, me recebeu muito bem, mas falou que a estrutura teria que sair do lugar. Acredito que outros donos de bares, que ficam por perto, estejam fazendo pressão, mas eu nunca os vi como concorrentes porque acho que o sol nasce para todos. Atualmente emprego, só em Paulo Afonso, 48 famílias e estou aberta a qualquer tipo de acordo e conversação”.

“Se isso realmente acontecer, eu vou desistir de Paulo Afonso. Tenho estabelecimento em outra cidade e lá, em Canindé do São Francisco, eu sempre tive todo apoio da prefeitura. Não tenho nenhum tipo de relação de compra e venda de absolutamente nada na prefeitura dessa cidade, onde nasci e me criei. Paulo Afonso não tem muito a oferecer em termos de vida noturna”.


“O projeto dos arquitetos foi levado até a prefeitura, o prefeito teve conhecimento de tudo, a construção durou oito meses e nunca um fiscal esteve lá para dizer se o que estava sendo feito era certo ou errado. Se tivesse sido detectado, nós teríamos mudado. Existia um monumento de ferro inteiramente corroído pela ferrugem e quando chegamos para construir, as ferragens arriaram e até hoje a prefeitura nem retirar do chão, retirou. Se for feita a retirada da estrutura do meu bar, 14 pessoas perderão o emprego porque eu fecharei no dia seguinte”.

Quando o dito “dois pesos e duas medidas” foi citado no começo dessa matéria, é para fazer alusão a falta de planejamento e ingerência, pela qual passa algumas decisões da prefeitura de Paulo Afonso. A prova disso é a quantidade de mesas e cadeiras dispostas de maneira aleatória, em praças e calçadas da cidade, por donos de bares; são comerciantes que usam as ruas e calçadas para fazer comércio – principalmente na região do mercado da feira central; é a falta de orientação; falta de fiscalização na hora certa e tantos outros.

Deixar construir para depois mandar derrubar sem assumir a culpa por falta de fiscalização, é, no mínimo, crueldade.

Denise Cordeiro.