DITADURA NO PODER: Após julgamento acirrado no TRE-AL, Coronel Lula Cabeleira derrota padre Eraldo na justiça e volta a prefeitura de Delmiro Gouveia.


O voto da desembargadora Elisabeth Carvalho decidiu o julgamento sobre a cassação do mandato eleitoral do prefeito afastado Luiz Carlos Costa, o Lula Cabeleira, permitindo que ele retornasse ao cargo. Pouco antes de terminar a sessão, Sebastião Costa havia empatado o placar em 3x3, votando contra o retorno de Cabeleira.

Durante o voto, Elisabeth afirmou que “a conspiração não saiu conforme planejado. Houve muita conspiração durante a madrugada, regada a muito uísque. Não posso tirar de Delmiro a escolha que a população fez”. Ela disse ainda que conhecia os dois candidatos e a cidade de Delmiro Gouveia.

O julgamento do recurso impetrado pela defesa de Lula Cabeleira foi retomado pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na tarde desta quarta-feira (11). O desembargador Luciano Mata votou pelo retorno imediato de Cabeleira e da vice, Ziane Costa. Durante duas horas, Mota defendeu o seu voto e chegou a exibir no pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas - onde ocorreu o júri -, um vídeo anexado ao processo pela defesa sobre obras de pavimentação.

Na semana passada, o relator do processo, Frederico da Silva Gouveia tinha votado pela manutenção do afastamento de Lula Cabeleira do cargo. O desembargador Alberto Jorge também manifestou o voto no mesmo sentido. Fernando Maciel e Ivan Brito votaram pelo retorno de Cabeleira.

Mesmo já tendo anunciado o voto na sessão passada, Alberto Jorge fez menção a crimes de colarinho branco e improbidade administrativa, lembrando que “nesse tipo de ilícito não há provas diretas e há conjecturas e presunções”.

Advogados

Durante a argumentação, Raul Santos, advogado do Padre Eraldo, que impetrou ação contra Lula Cabeleira, sustentou a acusação de que o prefeito praticou o crime de abuso de poder político e econômico para vencer as eleições em Delmiro Gouveia. Santos citou fatos que levariam à comprovação do crime.

“Os permissionários do mercado público da cidade ficaram isentos de pagar umas taxas antes da eleição e somente voltaram a efetuar o pagamento depois. Além disso, foram executadas obras de pavimentação de maneira irregular, visando à obtenção de votos”, relatou Santos.

O advogado afirmou também que há muitos documentos que comprovam a prática criminosa por Lula Cabeleira. “Os depoimentos falam dos fatos, mas há muitas provas documentais”, disse. “É impossível vencer nas urnas, mas esperamos que a Justiça Eleitoral chegue à verdade dos fatos”, colocou Santos durante a sessão.

Já Francisco Malaquias, advogado de Cabeleira, afirmou que mais de 200 testemunhas que depuseram no caso não eram de Delmiro Gouveia. “Esse grupo mentiu”, frisou ele. Sobre as obras de pavimentação na cidade, ele afirmou que elas foram executadas com verba federal.