DESVIO DE DINHEIRO PÚBLICO: Reportagens especiais da TV SBT questionam impunidade no caso de corrupção envolvendo a ex-prefeita de Piranhas-AL que responde a quase 500 acusações de improbidade administrativa.

 Ex-Prefeita na mira da justiça.

Em duas reportagens especiais, exibidas respectivamente nas noites da quarta-feira (03) e quinta (04), o jornalístico SBT Brasil esmiuçou o escândalo de corrupção envolvendo a atual secretária de cultura de Alagoas, Mellina Freitas.

A pauta foi motivada por denúncias do Movimento Cultural Alagoano — MovA.Além de destacar as já conhecidas 483 acusações por improbidade administrativa, as matérias revelam em detalhes a estrutura do esquema que desviou quase R$ 16 milhões da prefeitura de Piranhas no período em que Mellina respondia pelo cargo de prefeita.

O processo estava sob segredo de justiça, o que impedia a opinião pública de tomar conhecimento das informações.

Foram entrevistadas testemunhas anônimas que confirmaram as irregularidades em diversas obras, entre elas a reforma feita no prédio sede do órgão, com custo declarado de R$ 143 mil, em contrato falso apresentado pela gestão. Segundo a testemunha entrevistada pela reportagem, na realidade a obra consistiu apenas numa pintura orçada em R$ 3.500,00.

Na matéria, Luiz Tenório, promotor do MP/AL, questionou sobre os benefícios que o montante desviado teria trazido para a pequena cidade.

Já Adriana Acioly, promotora de Piranhas, declarou que todas as empresas citadas como executoras das obras declararam ao Ministério Público que não participaram das referidas licitações e que as assinaturas apresentadas são falsas.

Outra obra citada pela reportagem foi a escadaria do Cabrobró, cuja reforma custou R$ 147 mil. Duas escolas públicas também são mostradas como alvo do esquema de corrupção. “Não haveria condições dos servidores fazerem essas fraudes sem a conivência do prefeito, porque o prefeito teria que assinar determinados documentos, e ele teria que saber a origem daquela despesa”, disse o promotor Luiz Tenório.

SEGUNDA PARTE

Na segunda parte da reportagem especial, exibida na noite da quinta-feira, o SBT Brasil questionou a impunidade do caso, mesmo diante de tantas evidências apresentadas pelo Ministério Público. “Por que a ex-prefeita de Piranhas, que não estava no cargo, não foi presa?”, perguntou a repórter Juliana Maciel a Luiz Tenório. “Até agora o Gecoc está procurando uma explicação válida”, respondeu o representante do Grupo de Combate ao Crime Organizado.

Na tentativa de encontrar uma resposta para a pergunta, a reportagem trouxe à tona as obscuras relações de poder nos bastidores da história. Desde o salvo conduto emitido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas, para garantir a liberdade da acusada, até a nomeação ao cargo de secretária de cultura, posição que lhe garante foro privilegiado em corte presidida pelo próprio pai, o desembargador Washington Luiz, atualpresidente do TJ/AL.

A matéria apresentou ainda um ex-funcionário da família Damasceno Freitas que acusou o grupo político de ter cometido um atentado contra ele.

REPERCUSSSÃO

A repercussão nas redes tem sido enorme. Apenas a primeira parte da reportagem já foi visualizada mais de 30 mil vezes e compartilhada por 1400 pessoas até a manhã desta sexta-feira (05).

Fonte: sertão 24 horas.