Venda da TIM no país pode ser solução para dívida de R$ 39 bilhões da operadora.


A venda de partes ou de toda a operação da TIM no Brasil é vista por analistas como uma das soluções possíveis para a redução de uma dívida de aproximadamente 50 bilhões de euros da Telefônica, dona da Vivo.

O grupo espanhol Telefônica fechou um acordo nesta terça-feira (24) para aumentar sua fatia na Telco, holding que controla a Telecom Italia, na Europa.

As duas empresas são concorrentes diretas no país: a Vivo possui 28,7% do mercado de telefonia celular no Brasil e a Tim, 27,2%.

A Telecom Italia precisa levantar capital com investidores para reduzir sua dívida de 29 bilhões de euros (US$ 39 bilhões) e evitar que sua classificação de crédito seja cortada para "junk" (grau especulativo), afirmou o presidente do conselho, num movimento que pode colocá-lo em confronto com a Telefónica, maior acionista da empresa.

A Telefónica, sobrecarregada com uma dívida de cerca de 50 bilhões de euros, é vista como mais inclinada a apoiar a venda de ativos da Telecom Italia, em vez de um investimento destinado a reverter anos de crescimento lento devido à maior concorrência e uma longa recessão na Itália.
Governo brasileiro é contra união de empresas

O governo não vê com bons olhos a união das duas empresas. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que a multinacional espanhola Telefónica não poderá ter o controle no país das operadoras de telefonia celular Vivo e TIM.

Segundo ele, o governo ainda vai aguardar a formalização das negociações entre as duas empresas, que deverá ser analisada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

"Uma empresa não pode controlar a outra, elas não podem fazer essa concentração. Isso significaria uma concentração muito grande nas mãos de um grupo e iria diminuir um concorrente no mercado, o que, para nós, é uma coisa muito negativa", disse o ministro.

(Com agências)