Atlântico empresa de transporte público de Paulo Afonso, opera endividada e causando problemas a população, ''prejuizo já soma 18 milhões'' afirma gerente da empresa.


O gerente da Atlântico, empresa que explora o transporte coletivo de Paulo Afonso, Renato Honório de Carvalho, respondeu nesta segunda-feira (9), a diversos questionamentos dos vereadores sobre as constantes reclamações dos usuários acerca da qualidade dos serviços prestados pela empresa. O convite partiu da vereadora Leda Chaves (PDT) que alegou a falta de cumprimento de cláusulas contratuais por parte da Atlântico, das quais o atraso nos horários, frota sucateada e a suspensão de linhas em alguns bairros da cidade. O secretário municipal de Administração, Cléston Andrade, também foi convidado e participou do debate representando a prefeitura de Paulo Afonso. A principal cobrança dos parlamentares ao secretário era a de que ele agisse com mais rigor contra a empresa em relação ao cumprimento do contrato. Cléston compreendeu o posicionamento dos edis, mas ponderou: “A dor dos senhores vereadores com a má prestação de alguns serviços incluindo o transporte público é a minha dor também, a gente tem que fazer cumprir o que o contrato determina e a gente tem feito isso, mas não só adianta a gente só penalizar a empresa e esganar quem já está sendo esganado.

Prejuízo milionário e tarifa de R$ 7 

Pelo que disse o gestor da Atlântico, a empresa está esganada de fato, como classificou acima o secretário Cléston. “Até agosto de 2021, nós tínhamos um prejuízo aqui de R$ 18.124.000,00 (dezoito milhões, cento e vinte e quatro mil reais) sem correção monetária”, revelou Renato. Para ele, toda dificuldade financeira e o prejuízo milionário são atribuídos a diversos fatores, mas o principal é o pequeno número de passageiros pagantes no município, diferente do que foi prometido e formalmente firmado entre a empresa e a prefeitura na assinatura do contrato de prestação de serviços no ano de 2017, conforme relatou o gestor: “Meu custo quilômetro hoje custa 8,29, e no contrato é garantido, não foi proposta, que a empresa teria 2.2727 passageiros por quilômetro, é só isso que a gente quer, nos dê que a empresa coloca tudo o que vocês almejam e até mais, hoje a tarifa seria de R$ 3,60, porém, como está, com apenas 1,2 passageiro por quilômetro, a empresa precisaria de uma tarifa de R$ 7,00 para cobrir os custos”, admitiu. 

Renato Honório - Gerente da Atlântico transportes

Durante seu pronunciamento, Renato informou ainda que a Atlântico poderá acionar a justiça para reaver o prejuízo: “Isso está sendo periciado, não sou eu quem vou decidir, tem diretoria que vai decidir se vai entrar judicialmente ou não pra gente ir pleiteando o reembolso desse prejuízo, baseado em quebra de contrato, até porque no contrato é bem claro que ao município cabe manter o equilíbrio econômico financeiro do contrato, isso é uma cláusula quebrada.

Fonte: PA4